Indiano que 'faleceu' em 1976 cria a União dos Mortos-Vivos
Tio forjou atestado de óbito para ficar com a herança do humilde aldeão.
Golpe de declalar alguém morto para roubar seus bens é comum no país.
Do G1, em São Paulo, com informações da Reuters
Lal Bihari, um humilde aldeão do norte da Índia, decidiu criar a chamada União dos Mortos-Vivos, uma entidade cujo objetivo é defender os direitos das pessoas declaradas mortas - mas que continuam vivas.
Não é só nos cemitérios que estão os mortos da Índia
Ele não é biruta. Muitos indianos são declarados mortos por parentes inescrupulosos que tentam roubar seus bens ou eventuais heranças. Os golpistas contam com a ajuda de funcionários públicos corruptos.
Lal foi vítima desse trambique em 1976, quando seu pai morreu. Um tio declarou que Lal também estava morto e embolsou a herança. Quatro anos depois, Lal criou a União dos Mortos-Vivos para lutar pelos direitos de milhares de vítimas do golpe. Só em Uttar Pradesh seriam 3 mil casos, segundo ele. O governo diz que são 313.
O mais incrível é que Lal só conseguiu provar que estava vivo em 1994, 18 anos depois. Hoje ele está com 52 anos.
Nesse meio tempo, ele incluiu a palavra "Mritak" ("morto") a seu nome, pediu pensão por viuvez para a mulher, tentou seqüestrar um sobrinho para que as autoridades vissem que ele está vivo e concorreu nas eleições parlamentares de 1989 contra o então primeiro-ministro Rajiv Gandhi.
"Nem minha presença física na disputa eleitoral me ajudou a provar que eu estava vivo", diz ele, inconformado.
Fonte: www.g1.com.br
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